quinta-feira, janeiro 30, 2020



















DESEJO
Voa devaneio meu
nas asas soltas do vento
e roça as ondas deste mar cavado
onde semeio o meu desassossego.
Voa, sem medos e liberto,
pois é sempre do ar que se vislumbra
a toca do saber, que é presa esquiva,
e os ramos onde se ocultam na folhagem,
os frutos mais saborosos da loucura.
Depois repousa, no fruir
da emoção da caça
e do morder dos pomos.
Descansa,
que Deus, que é Deus,
também o fez.
E procura o melhor poiso para o efeito:
a segurança da âncora das boas memórias.

Relva, 2020-01-31
Aníbal Raposo
(Wish - foto de Tommy Ingberg)

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