terça-feira, agosto 10, 2021
quarta-feira, junho 23, 2021
quinta-feira, maio 20, 2021
LENDA DAS SETE CIDADES
Na Atlântida perdida
Que pl’o mar foi engolida
Em grandes calamidades
Conta a lenda que existiu
Um reino que se extinguiu
Chamado Sete Cidades.
Tinha o rei, a senhoria,
Deste reino, que regia,
Uma filha muito amada
(O tesouro da família)
Dava pl’o nome de Antília
Linda como a madrugada.
Era a filha o seu desvelo
Porém sair do castelo
O rei não lhe permitia.
Mas ela não acatava
As ordens e se esgueirava
Quando ele a sesta dormia.
Ia a bela princesinha
Ao início da tardinha
Para os campos passear
Quando um dia caminhava
Ouviu uma flauta. Tocava
Melodias de encantar.
Quem estava a flautear
Melodias de pasmar,
Era um bonito pastor,
Que por fim a descobriu
E entre os dois logo floriu
Um grande e profundo amor.
Lá vai o pastor formoso
Pedir ao rei poderoso
P’ra princesa desposar
El-rei, esse, não gostou
E ali mesmo jurou
Que o mandaria matar.
Vendo a princesa a maldade,
Que seu pai, sem piedade,
Proibia seu grande amor
Com as esperanças perdidas
Foi um dia às escondidas
Procurar o seu pastor.
Quando sozinhos se acharam
Os dois muito prantearam
Não paravam de chorar.
Grande lamento era o seu
Ele de olhos cor do céu
Ela, verdes de encantar.
E entre escarpas formosas
Suas lágrimas copiosas
Duas lagoas formaram.
Uma do céu tomou cor
Outra verde e por amor
P’ra sempre unidas ficaram.
Se às cumeeiras passares
E os lagos não avistares
Só vires brumas que choram.
São cortinas. Na verdade,
Servem p’ra pôr à vontade
Dois amantes que namoram.
Aníbal Raposo
(foto de Enrico Pescantini)