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AUTO-RETRATO
Tenho alma de marinheiro
Navego o mar da poesia
E para ser verdadeiro
Não sei se aporto algum dia
Sonho tanto, tanto, tanto
Que às vezes mesmo acordado
Eu sonho um sonho de espanto
Que não dá p'ra ser contado
A minha rima-veleiro
Mareio nas tempestades
Dos sonhos do mundo inteiro,
Dos montes, vales, cidades.
Olham e veem aprumo
Mas não estou cá de verdade
Navego em sonhos sem rumo
Oceanos de liberdade
Ponta Delgada, 2011-03-29