DIA DO PAI
Também vos fiz,
Com muito amor,
Feliz, em fogo ardente.
Vi-vos medrar
E amei-vos sempre.
Bem sei que às vezes
Distanciado,
Mas não consciente.
Depois cresceram...
E tal como acontece
Na natureza
A cada passarinho,
Tiveram de voar,
Buscando
Outros lugares
E horizontes,
Sair do ninho.
E ao partirem
Soltou-se um vento
Inesperado
Vindo do norte.
E foi tão forte
Que o nosso barco
Quase adornou
No mar revolto.
A vida é assim...
Às vezes, filhas,
Só conhecendo
O inesperado sabor
De cada lágrima
Nos encontramos,
Achamos porto.
Hoje tranquilo
Numa das pontas
Deste triângulo
Do mar oceano:
Bissau, Lisboa, Açores.
Estando mais longe,
Quase vos toco
E vos abraço
Meus dois amores.
Aníbal Raposo
Ponta Delgada, 2012-03-19
Parabéns Aníbal, pelo teu dia e pelo texto!
ResponderEliminarSer pai é assim. Deixar voar, chorar sangue e, ser o porto de abrigo!
Como eu te entendo...
Uma boa semana
Não foi fácil fazer um comentário para tão belo, objectivo e sentido poema... Parecia estar a ver num brevissimo mas intenso resumo 30 anos de vida.
ResponderEliminarMuitos parabéns Aníbal, a meu ver está uma perfeita homenagem ao ser pai!
Forte abraço!
Que beleza de poema, Aníbal!
ResponderEliminarAinda que com um certo atraso, feliz Dia dos Pais, caso você seja um deles. Aqui no Brasil é sempre comemorado no segundo domingo de agosto.
Beijos,
Inês