Em vez de andares a vasculhar
Por entre as teias do sótão do ressentimento,
Aproveita o dia...
Deixa este sol de Outono
Acariciar-te a cara e diz:
Estou vivo!
Põe-te a escrever as canções que faltam
No teu sonhado álbum branco:
O luminoso.
Tu sabes bem que é na lua nova
O tempo certo para se coleccionar estrelas.
Põe as palavras de amor
A vibrar na frequência exacta,
Como se tentasses afiná-las
Pelo sagrado diapasão do universo.
E lembra-te que o poema mais sublime
Tem o tom do que é e faz sentido.
Ponta Delgada 2008-10-31
Aníbal Raposo