sábado, abril 16, 2016
CARA E COROA
Eu tenho um lado negro que esclarece
O meu lado solar do dia a dia.
É o meu flanco insensato, onde se tece
O sal da minha vida, o da alegria.
Colidem seriamente, aqui e além,
Mas fazem sempre as pazes. É espantoso
Como o lado que é escuro entende bem
O que é da claridade, o luminoso.
Opõe-se a maré vaza à maré cheia,
À sombra opõe-se a luz que me encandeia.
Cada moeda tem cara e tem coroa.
Depois de cada noite, um amanhecer.
Assim sou eu e como é bom haver
Dois lados desiguais, uma pessoa.
Relva, 2016-04-16
Aníbal Raposo
Foto de Isidro Vieira
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Gostei do poema. Convocamos as sombras para encontrar a luz...
ResponderEliminarBeijo.