sexta-feira, novembro 21, 2014



FRAGILIDADES

Frágil é o riso que desponta
Frágil a palavra no poema
Frágil a vaidade sempre tonta
Frágil a arrogância que dá pena

Frágil é o rebento da cana
Frágil a flor do maracujá
Frágil uma ideia em mente insana
Frágil quem amores exaltará

Frágil quem não sabe onde dormir
Frágil o fio que tece a aranha
Frágil quem se fica no carpir
Frágil todo aquele que se amanha

Frágil é a vida a cada hora
Frágil porque certa é mesmo a morte
Frágil o quem tem sorte caipora
Frágil quem se tem por muito forte

Frágil é um rio impetuoso
Frágil porque se humilha no mar
Frágil todo o ser que é venenoso
Frágil que a peçonha o vai matar

Frágil é a onda quando quebra
Frágil no baixio a rebentar
Frágil é aquele que celebra
Frágil porque um dia vai chorar

Frágil quem não tem rumo nem norte
Frágil é aquele que se ufana
Frágil o fraco que se acha forte
Frágil é a natureza humana


Relva, 2014-11-21
Aníbal Raposo

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