A VISITA
Hoje, não falámos muito.
Para quê amigo?
Sei que que te faltam forças
para pronunciar palavras
não essenciais.
Sei que que te faltam forças
para pronunciar palavras
não essenciais.
Mantinhas os olhos cerrados
enquanto respiravas a custo.
O importante era estar ali contigo
compartilhando um silêncio
indulgente para os dois.
enquanto respiravas a custo.
O importante era estar ali contigo
compartilhando um silêncio
indulgente para os dois.
Preferiste que me sentasse
na cama ao teu lado.
E apertaste-me as mãos.
Com a voz fraca, referiste
que gostarias de largar
durante o sono.
na cama ao teu lado.
E apertaste-me as mãos.
Com a voz fraca, referiste
que gostarias de largar
durante o sono.
Disse-te,
para não teres medo,
para procurares a luz.
para não teres medo,
para procurares a luz.
E falei-te tranquilamente
na paz e no mar de azeite
que encontrei este sábado na fajã.
na paz e no mar de azeite
que encontrei este sábado na fajã.
Quando o teu anjo da guarda chegou
Achámos que era boa hora de eu partir.
Achámos que era boa hora de eu partir.
Já no corredor do bloco,
soltou-se, incontrolado.
um rio caudaloso
dos meus olhos.
soltou-se, incontrolado.
um rio caudaloso
dos meus olhos.
Relva, 2016-03-06
Aníbal Raposo
Aníbal Raposo
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