sábado, janeiro 18, 2014




















JANELAS DO TEMPO

Menina estás à janela
Com esse xaile tão escuro
Não me vou daqui embora
Sem ler em ti o futuro.

Sem ler em ti o futuro
Sem sentir um arrepio.
Com quantas saudades se urde
Um olhar assim vazio?

Menina estás à janela
Da solidão que te invade
Olhando um mundo cruel
Sem respeito pela idade.

Sem respeito pela idade
Que os mais velhos atropela
Que faz por esquecer que um dia
Há de estar nessa janela.

Menina estás à janela
À espera de quem não vem
Não me vou daqui embora
Espero contigo também.

Espero contigo também
Essa hora da verdade
Da luz, da janela aberta
Para a eterna liberdade.

Relva, 2014-01-18
Aníbal Raposo

Foto de Rui Palha em "Street Photography"




4 comentários:

  1. Belo! É bom elevarmos o valor que têm os de muita experiência vivida, que a idade lhes traz e que esta sociedade da informação e do capital feroz esquece.
    Bravo Aníbal!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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