quarta-feira, novembro 12, 2008


À HORA EM QUE OS POETAS SE INQUIETAM


Há momentos tão feitos à dor

Que soltam sentimentos, que os despertam.

Eu, por mim, sou dado a males de amor

À hora em que os poetas se inquietam.

 

Na hora em que os meus versos nascem soltos

Há um pôr-do-sol tão roxo que seduz.

As formas em recorte contra-luz

E os mares do meu peito tão revoltos.

Um bando de estorninhos, nuvem preta.

A dança em rodopio dos morcegos.

Há um ferver do sangue do poeta

Que entrou na hora dos desassossegos.


Rocha da Relva, 2002

Aníbal Raposo

5 comentários:

  1. Sem dúvida! 'Na hora que os poetas se desassossegam....'. Gostei. Beijos.

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  2. À dor que os poetas se inquietam!

    Identifiquei- me ( e de que maneira), com este verso!

    Bom fim de semana.

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  3. Olá !
    vi o seu blogue entrei!aqui estou para lhe dizer o quanto é lindo os seus poemas,mas dei um salto e ouvi um pouco a sua música, adorei tudo ...Parabéns porque merece
    Atensiosamente
    (Sol)
    Maria...

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  4. Bela imagem poética. A julgar pelo desassossego essa hora do dia não escolhe só quem escreve.

    Abraço,

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  5. Na inquietação da alma, há sempre um por de sol arroxeado e um mar revolto!

    Um beijo pra ti

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