domingo, novembro 23, 2008

Anunciando o Natal


Sem abrigo - Foto de Renato Fogal


ANUNCIANDO O NATAL


As tílias vestidas de luzes glaciares
anunciam a chegada do Natal
na cidade branca de Lisboa.

Vultos furtivos correm apressados,
numa baixa transida de frio,
procurando o aconchego do metro
e das casas-colmeias plantadas nos subúrbios.

O centro da urbe é um deserto.

Uma meta difícil a conquistar
no desgaste de cada madrugada.

No entanto, há quem resista à debandada geral.
Os
 deserdados da vida que, nRossio,
ajeitam cobertores em leitos de cartão canelado,
preparando mais uma noite ao relento
sob um céu faminto de estrelas.

Glória a Deus nas alturas!

E sonoros aplausos para a deslumbrante gruta azul,
do presépio profano e sem alma,

erigido aos pés da estátua
do Marquês de Pombal.

Lisboa, 2008-11-23
Aníbal Raposo

9 comentários:

  1. Pois, o Natal não é para todos...não é de todos...


    Brilhante texto...


    Aquele abraço

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  2. Pois é... o Natal... triste para muitos!

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  3. Excelente!! Gostei de te ler. Beijos.

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  4. Apesar de não apreciar os meus... eu leio os seus poemas em êxtase.

    Bom fim de semana.

    Beijo.

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  5. pois é...o Natal nem sempre é igual para todos.

    comovente o teu poema.

    um beij

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  6. Infelizmente, enquanto uns riem outros choram... Para alguns não há Natal...


    Um poema bonito e pungente!


    Beijos de luz e o meu carinho...

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  7. Olá querido Amigo, como diz o nosso Amigo Profeta "o Natal não é para todos" e eu concordo... Esta Época Natalícia, faz-me recordar com saudade os Natais Açoreanos, no meu caso na Ilha do Faial onde nasci...
    Quanto ao teu texto maravilhoso...
    Votos de um bom fim de semana... Beijinhos de carinho e ternura,
    Fernandinha

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  8. Olá Amigo Anibal, passei para desejar uma boa semana... Beijinhos de carinho e ternura,
    Fernandinha

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  9. Obrigado. Desejo-lhe igualmente uma boa semana.

    Aníbal Raposo

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