DA VAIDADE HUMANA
(VANITAS VANITATUM, ET OMNIA VANITAS)
perto da sua bela e incomensurável superfície azul,
que o meu turbulento espírito encontra a paz.
Só de o olhar descanso,
assim, como se entrasse de repente,
num reconfortante e sedativo sono.
Retempero-me logo do violento esforço que despendo
para resistir à sucção voraz do cavado vórtice
da vivência frenética, estúpida, sem sentido,
para onde a turba me impele, dia-a-dia.
É, também, no escuro da noite,
na pacatez do terraço da minha casa da fajã,
que mantenho o saudável hábito de sonhar acordado.
Às vezes,
reclinado na minha cadeira de repouso,
imagino que piloto a terra-nave,
e a levo a sondar cada luzeiro
que habita a imensidão dum céu de Agosto.
Nessa minha viagem faz-de-conta,
perdido, algures, nos confins do universo,
consigo ponderar, com fina exactidão,
a minúscula, a ridícula pequenez
da futilidade humana.
Ponta Delgada, 1 de Dezembro de 2008
Aníbal Raposo
Sem dúvida!! Um poema forte e muito belo. Beijos.
ResponderEliminarEscrito com o sentir do coração.
ResponderEliminarAdorei o seu mar!
beijo
Eu já colaborei em vários livros colectivos e este é o meu 2º de poesia. Acho muito bem. Isto resposta ao teu comentário e como não sei o teu email, fica aqui. Peço desculpa. Beijos.
ResponderEliminarO mar sempre será inspiração, porque diante dele somos grãos, e não há furia ou desencanto, que diante dele não se dilua em gotas, trazendo serenidade ao espírito inquieto de um poeta.
ResponderEliminarBoa semana, um abraço
Que encanto de poema!
ResponderEliminarTambém eu adoro o mar. Confesso que me deixo embalar pelas suas melodias e mergulhar nas águas do sonho.
É bom sonhar acordada e transportar esses sonhos numa onda de papel.
Um abraço de mar*
Fanny