terça-feira, dezembro 31, 2013
segunda-feira, dezembro 23, 2013
Ao Deus menino
AO DEUS MENINO
Por mim, tenho esta crença:
Continuas a nascer todos os dias
Nas esquinas ignoradas
Da indiferença.
Relva, 2013-12-23
Aníbal Raposo
domingo, dezembro 22, 2013
INVERNO
Três anjinhos brancos a nadar no inferno
Dizem-me que hoje começa o inverno.
Um dia maior só por ser tão curto
Num país de escolas da arte do furto.
Há carniça fresca e abutres em luta
E um galo de fraque servindo sicuta.
Em Belém há casas bem mal frequentadas
O demo é solista de missas cantadas.
Paciências chinas num infindo advento
Rios tão educados no seu movimento.
Se a porca já guincha vem aí matança
Um servil mordomo é o mestre da dança.
Numa mãe ditosa feita meretriz
Um robô biónico fala mas não diz.
Um eterno seguro em equilíbrio instável
Enorme eucalipto medra em terra arável.
As velas da esperança não chegam à costa
Cospem-nos em cima e a gente gosta.
Mil e uma peças, os mesmos atores
Duas mil mentiras, três mil impostores.
Vamos erriçados em patranhas tantas...
Oh mar do capelo quando te levantas?
Relva, 2013-12-21
Aníbal Raposo
domingo, dezembro 08, 2013
A ESTRADA
Há estrada para andar
Mas curta é a jornada.
Entender quem sou
Nesta caminhada
Procuro decifrar.
Marinheiro errante?
Humilde peregrino?
Impetuoso amante
De contendas febris?
Para mim, essencial,
Mesmo importante,
É estender a mão ao céu,
Tentar tocá-lo
E ser feliz.
Relva, 2012-12-08
Aníbal Raposo
sábado, dezembro 07, 2013
quinta-feira, dezembro 05, 2013
terça-feira, dezembro 03, 2013
segunda-feira, dezembro 02, 2013
ALVOROÇO (blues) Vou protestando |
Contra os maus ventos |
Que os momentos |
Bons, vão rareando |
Na tarde inquieta |
Já se ouve um pranto |
Neste recanto |
Cheira a sarjeta |
Estar agitado |
É ofício |
De poeta |
Não estou sozinho. |
Em cada esquina |
Nasce outra sina |
Um novo caminho |
Vai-te queixume |
Vivo o presente |
Intensamente |
Que a vida é lume |
O importante |
É remar |
Contra a corrente |
Vão me apertando |
No torniquete |
Sou um joguete |
Dum vil desmando |
Por que razão |
No mês corrente |
Num de repente |
Foge-me o chão? |
Cabeça erguida |
Que estou vivo |
E que sou gente! Relva, 2013-12-02 Aníbal Raposo |
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