sábado, dezembro 13, 2014
RELÓGIO
Na minha velha parede
tenho um relógio. Os ponteiros
rodam sempre tão ligeiros
que não sei se o tempo mede.
E aqui quero confessar
uma estranha sensação:
na mecha louca a que vão
não os consigo enxergar.
Saudades tenho. Obcecado,
não me vejo a decidir,
se dos dias que hão de vir
se do que já foi gozado.
Vivo pois neste esconjuro
de saber, tempo malvado,
se corres para o futuro
se voas para o passado.
Relva, 2014-12-13
Aníbal Raposo
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o tempo esse malvado....
ResponderEliminarbem rimado e muito melodioso.
beijinho amigo
:)
O tempo anda cá e lá e além... E nós só vemos que ele nos foge...
ResponderEliminarGostei do poema.
Um Bom Natal e um beijo.
O tempo tem a mesma física dos espelhos circulares. Converge ou diverge o passado, o presente e o futuro conforme o ângulo em que o incidimos.
ResponderEliminarPoema singular este que essencia a existência.
Gostei!
Omaia.