POEMA MARGINAL
Ainda não se enxerga a madrugada
quando o novo poema prepara seu iminente parto.
Fermenta na vesúvica erupção da mente,
para depois fluir em brasa, folha abaixo,
na inesperada torrente lávica das palavras.
Nasce às vezes sonoro, às vezes grave,
noutras por entre loucos, alarves e insanos risos.
Brota dos desconexos gestos báquicos,
irreflectidos, no escárnio cínico dos espelhos.
Acabou de mijar, sem pudor algum,
nas delicadas esquinas de convenções
secular e laboriosamente trabalhadas,
escarnecendo, a mostrar os dentes podres,
do que é o simples e vulgar bom senso.
Não posso nem te quero segurar,
poema sem amarras.
Foi opção tua vir assim ao mundo:
livre e marginal.
Meu poema vivo,
poema sem-abrigo.
Lisboa, 2009-02-02
Aníbal Raposo
Soberbamente belo!
ResponderEliminarUm grito de homenagem a quem sofre o descaso do mundo!
Beijinhos,
Ana Martins
Hola, Aníbal...
ResponderEliminarVivir sin abrigo, libre y marginal; seres a los cuales la vida no les brinda ninguna oportunidad.
Cordial saludo.
belíssimo. lindo quero proteção!
ResponderEliminaraté me senti só.
beijos
Perfeito!! Adorei o teu poema marginal. Beijos.
ResponderEliminaro poema é maravilhoso!
ResponderEliminaré muito difícil dizer algo tão incomodo sem apelos e sem exageros. parabéns!
tem uam convite para você lá no meu blog "versos & idéias",
grande abraço!
Poema sem abrigo, livre e simples. Gostei.
ResponderEliminarEduardo
O poema pode ser sem abrigo, mas fica abrigado no nosso sentir
ResponderEliminarBj
Descobri…
ResponderEliminarUm banco do jardim
Que me segredou
Em poesia…
Aromas que aqui
Encontrou
De paz
E de harmonia...
É sempre bom aqui...estar.
O eterno abraço…
-Manzas-
Lindo poema, como sempre...
ResponderEliminarnão quero partir
porque não há chegada,
a ponte do sonho caiu,
sem margens
a minha rota
atravessa o suor
de gaivotas poisando,
pétalas de sorrisos
sugam-me os lábios
salpicando o meu rosto,
és uma flor ?
pergunta-me o vento,
não, não sou nada,
quero ser o mar
simplesmente,
poetaeusou
Obrigado pela visita e pelo comentário uma bela semana pra você...
Abraços
Poema pulsante, tocante...
ResponderEliminarTriste, porém apaixonante.
Belas palavras. A menssagem tocou.
Parabéns!
Beijo grande!
QUERIDO ANÍBAL, SINPLESMENTE SUBLIME O TEU BELO POEMA... UM GRANDE ABRAÇO DE CARINHO E TERNURA,
ResponderEliminarFERNANDINHA
Muito bonito seu poema.
ResponderEliminarbjos.
É de bom senso dar abrigo a tamanho poema. Parabéns e obrigado.
ResponderEliminarUm bom dia , e se quizes me visitar Retalhos está sempre de portas abertas :)
Anibal,
ResponderEliminarUm poema intenso, pulsante que faz o sangue correr mais rápido à medida que lemos.
Abraços!
Adoro poemas metalingüísticos! Este é hiperbolizadamente lindo!
ResponderEliminarObrigado por acompanhar o blog!
Seja bem-vindo!
Abraço!
um poema sem abrigo?
ResponderEliminarou um grito em forma de poema?!
está bom!
beij
Aníbal
ResponderEliminar"Não posso nem te quero segurar,poema sem amarras." - E com amarras me amarrei a este excerto de um soberbo poema marginal.
Que vivam os poemas marginais.
Bj
MV
Vibro! Quando encontro em escritores, a atitude de fazer da poesia também porta-voz para os gritos roucos que ninguém ouve na garganta de tantas sociedades...
ResponderEliminarAqui, minha admiração, poeta.
Katyuscia.